O mercado de trabalho é uma realidade para muitos e isso inclui pessoas com deficiência. No entanto, existe uma diferença gritante de oportunidades entre profissionais que tem algum tipo de deficiência e aqueles que não possuem, o que nos leva ao tema inclusão.
A inclusão ainda é um assunto pouco tratado e, quando colocado em pauta, surge como uma espécie de tabu. As pessoas ainda pisam em ovos quando falamos de inclusão, principalmente por muitas empresas ainda não possuir estrutura para atender a esses profissionais e por ainda ter receio em como tratar PcDs.
Parece óbvio, mas quando falamos de pessoas com deficiência a palavra pessoa vem antes de tudo. Não podemos nos esquecer que as pessoas são diferentes, possuem medos, motivações e desejos distintos. Por isso, não existe um manual ou cartilha que ensine a se relacionar com pessoas com deficiência.
No entanto, assim como em qualquer relação interpessoal, existe algumas normas de etiqueta que serve para qualquer tipo de relacionamento. E a base dessas “regrinhas” está no respeito às diferenças e a pluralidade de cada um.
Afinal, como mencionamos, todos somos diferentes e possuímos nossas peculiaridades. Por que ainda é difícil? Por que as pessoas ainda não estão prontas para a inclusão? Por que não tratar pessoas com deficiência com naturalidade?
Você deve estar se perguntando se existem atitudes que possam facilitar esse processo e a resposta é sim! É possível ter uma relação natural com pessoas com deficiência, sem que soe desrespeitoso e gere climas desnecessários.
Mas como fazer isso? Descubra algumas dicas valiosas para melhorar seu relacionamento com PcDs de maneira respeitosa e natural, além de aumentar a inclusão de PcDs na sua empresa.
1. Inclusão? Primeiro se atente aos preconceitos!
É comum categorizarmos e generalizarmos pela deficiência o que é um grande erro, por exemplo, “na minha empresa os profissionais com deficiência não querem nada com nada” ou “os surdos na minha empresa não dão certo”.
Esses fatos dão indícios que a empresa está tomando decisões por conta da deficiência e não avaliando as competências profissionais, ou seja, todos com determinada características são assim (formam uma crença sobre aquilo). Isso ocorre porque tendemos a identificar características que coincidam para anteciparmos os fatos (preconceito).
Atenção para não se tornar uma discriminação, como deixar de contratar por determinada deficiência por exemplo. A dica é avaliar cada caso subjetivamente, ou seja, se o João, que possui deficiência intelectual por exemplo apresenta problemas comportamentais, como atrasos e dissidia.
Isso não quer dizer que todas as pessoas que possuem deficiência intelectual apresentarão essa atitude, ou seja, isso demonstra que o João precisa de orientação e não as PcDs como um todo.
2. Posso perguntar sobre a deficiência?
Depende. Se a pergunta for relevante para a execução do trabalho, pode ser pertinente compreender qual tecnologia o profissional com deficiência visual utiliza para ler e responder e-mail, se o deficiente físico necessita de alguma adaptação ergonômica por exemplo, esforço, horas em pé etc.
São questões que devem ser compreendidas e avaliadas na hora da entrevista e caso haja dúvidas compartilhe com o candidato, mostre o ambiente e construam o conhecimento juntos, pois podem haver especificidades características daquela deficiência e/ou daquele indivíduo que ele (a) poderá ajudar.
3. Todos possuímos alguma limitação
E pessoas com deficiência não são diferentes, mas dependendo o contexto essa limitação pode nem ser percebida, isso se chama acessibilidade. Por exemplo, você é ouvinte e está em um grupo de surdos, a comunicação predominante será libras, nesse caso quem será o deficiente? Obviamente quem não se comunica na linguagem brasileira dos sinais. A partir do momento que essa linguagem está disponível a todos (as) deixa de ser uma limitação.
4. Tome cuidado com termos pejorativos
Evite frases do tipo: ele é cadeirante, mas leva uma vida “normal”, estuda, trabalha etc. Mesmo cego é casado, têm filhos. Apesar de deficiente é muito dedicado e competente. A intenção até pode ser positiva no intuito de ressaltar as qualidades e conquistas, mas no fundo fica explícito “você vê, mesmo sendo deficiente ele conseguiu”.
Sabemos que qualquer pessoa que tenha interesse e seja submetida a condições adequadas de educação, emprego, inclusão social, tecnologia, etc. Terá um desenvolvimento e poderá ter uma performance excelente independente da deficiência que possui.
Por essa perspectiva é muito difícil definirmos o “normal” já que as limitações fazem parte dos desafios da nossa vida, o adequado é se referir como pessoa com deficiência e pessoa sem deficiência. Porém o caminho é não haver distinções e para isso é fundamental estabelecer uma união empática para que haja uma melhor compreensão sobre a inclusão das PcDs no mercado de trabalho e assim seja possível estabelecer condições de equidade que facilitem o desenvolvimento e a ascensão na carreira desses profissionais.
O nosso objetivo é facilitar a conexão entre empresas, profissionais com deficiência e reabilitados, por isso venha conosco! Sua opinião é muito importante para nós.
Confira também o nosso bate-papo com o atleta Fernando Fernandes, um exemplo de determinação que jogou o preconceito para bem longe!